Uma vida de serviço além dos títulos

Hoje, dia 19 de fevereiro veio a confirmação que todos desse fandom já sabiam: Harry e Meghan não vão voltar a trabalhar para a Monarquia e como também já era esperado, mais punições vieram com esse corajoso movimento na Casa de Windsor. Harry perdeu os títulos honorários militares assim como as patronagens – instituições de caridade que são apoiadas por membros da realeza – dadas pela rainha e Meghan também perdeu o que foi “presenteado” a ela.

Que presente interessante esse que você tem que devolver né?

O que mais me impressionou foi que o comunicado encerrando o período de revisão – que em teoria só acabaria em março e que nunca foi ideia dos Sussexes – saiu hoje e sabe que dia é hoje? Aniversário do filho favorito de Elizabeth II, sua alteza real príncipe Andrew, o duque de york. E se você fizer uma busca no Google com Andrew e Jeffrey Epstein vai entender o motivo de ser extremamente conveniente isso ser anunciado hoje, logo após um post de felicitação em todas as redes sociais.

O último ato desesperado e vingativo da vóvó Elizabeth.

Harry sempre foi o nome mais popular da família real britânica, tanto que o casamento de William teve, por muito tempo, uma terceira pessoa (NÃO, não é essa aí que você pensou) nos trabalhos oficiais porque sem Harry, ninguém se interessaria pelos outros dois. Harry também é o único que entendeu que uma posição privilegiada te faz ter mais responsabilidades e foi o único filho da Princesa Diana a fazer mais do que acenar, usar roupas bonitas e cortar fitas. Harry serviu em dois combates diretos em guerra, ele é o único homem na família real com títulos militares por prestar serviço no exército britânico. Foi nesse local e no meio de veteranos que ele encontrou propósito além dessa vida de “nobreza”, Harry viu a realidade e a oportunidade de fazer algo impactante. Ele fez isso por anos, criou projetos, instituições e no processo carregou duas pessoas nas costas. E ele fazia isso feliz… Era a família dele. Quando fosse a vez dele, o mesmo seria feito, certo?

Errado.

Harry conheceu Meghan, uma mulher que valia milhões antes mesmo de se apaixonar por um príncipe. Embaixadora pelas Nações Unidas, cheia de filantropia na sua mala, marca na internet perfeita e lucrativa nas mãos e uma ética de trabalho impecável. Mas ela tinha um problema: não era branca. O primeiro ato que deixou claro que Harry não iria deixar nada passar: um comunicado – não seria o único – repreendendo as manchetes machistas e racistas contra a sua namorada. Depois do casamento, mais alguns juntos de um processo contra os tabloides protegidos pela instituição. Silêncio por parte do palácio e os membros “da família” de Harry. Nenhuma defesa até hoje.

Se você está em uma posição de privilégio e pode colocar seu nome em algo que genuinamente acredita, você pode quebrar estigmas e você pode encorajar qualquer um a fazer o que quiser.

Harry

Voltando para o presente, oficialmente, Harry e Meghan não voltam mais e a decisão da Elizabeth é que “eles não podem representá-la numa vida pública de serviço dessa maneira – longe da imprensa que persegue a esposa de um dos netos dela” a soberba é tão grande que faz a rainha da Inglaterra e os membros de sua empresa acreditarem que só é serviço se vem acompanhada de um título de “patrono”, “realeza” ou qualquer outra dessas coisas que não valem de nada sem uma moral e um propósito

E isso Harry e Meghan entenderam muito bem.

Se o seu serviço só existe quando você ganha algo em cima disso, é melhor repensar a sua nomenclatura. Se seu serviço só existe quando você ganha aplausos, um título, privilégios ou qualquer coisa desse tipo, repense. Servir é estar nos bastidores, feliz, sem ter a menor pretensão de alcançar os palcos. Servir é fazer algo pelos outros e não movido pela sua reputação. Servir é oferecer a alguém o que você tem e não somente as sobras, mas tudo que há em você.

Eu não fico sentada pensando nos meus títulos, eu só faço o que acredito que certo.

Meghan

Uma vida de serviço é saber que isso vai além de você. O servir ocorre quando ninguém te vê, no silêncio e no caos. Para quem está disposto a não ser o centro das atenções trazendo aquilo que realmente precisa ser destacado a sua frente.

Uma vida de serviço não é para os esnobes da realeza que fazem o mínimo por puxa-saquismo e manutenção de luxos e privilégios. Uma vida de serviço é para àqueles que entendem que servir é para todos e por todos. Serviço não requer títulos, requer empatia, compaixão e desejo de mudança.

Serviço é universal.

Ana Gabriela

2 comentários em “Uma vida de serviço além dos títulos

  1. O Harry é muito mais humano do que toda a família dele junta, ele realmente puxou à mãe. Dá pra ver que ele não queria que a história se repetisse com a Meghan que não iria parar de receber ataques por todos os lados na Inglaterra. Ele teve muita coragem ao decidir se desvincular, torço muito por esse casal.

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