Quase todo mundo já viveu um amor ou uma situação que te deixou completamente estraçalhada. Sua autoestima vai ao chão, suas asas ficam incapacitadas de voar e seu coração fica partido.
De primeiro momento, esquecer tudo o que aconteceu parece a melhor solução. Deixar para lá, tentar não lembrar da dor. Mas não é tão fácil assim… as cicatrizes e feridas abertas ainda estão lá. Apenas esquecer não ajuda no processo de cura.
É quase um luto, de cunho emocional, primeiro você entra em negação, tenta fingir que não existe problema nenhum, nada aconteceu.
Depois, temos a raiva, a revolta toma conta e você quer fazer algo sobre aquilo, como deixei chegar nisso? A raiva é direcionada ao problema, a pessoa envolvida e até a si.
A terceira fase é a barganha, uma negociação consigo mesmo para tentar aliviar a situação, para reverter o que levou ao final que trouxe até o ponto do luto emocional.

A fase da depressão te traz de volta para a realidade: algo aconteceu, aquilo acabou e te levou junto. Vem a consciência de que, provavelmente, agora você está só, de que a tristeza estava dentro de você o tempo todo. E que realmente, suas asas estão quebradas e seu coração partido. Nesse ponto, é fácil acreditar que nunca mais sairá desse momento, que a tristeza vai ser sua companheira pelo resto dos seus dias. Não dá para reviver.
E aí, quando tudo parece horrível, sem previsão de melhora, a restauração começa e a nova fase diz olá: a aceitação.
Entre uma fase e outra não existe um período marcado. Pode ser que a fase da raiva dure anos, a da barganha pode durar tanto tempo quanto e inclusive, te fazer querer reatar os laços dessa situação que te quebrou para ver se assim, ela se resolve. E eu já aviso que na maioria das vezes, não, não resolve.
“Eu fui embora para você não esquecer que a uma morte como você, se revive.”
Yo me fui para que no se te olvide que a una muertе como tú se revive
Uma vez, a própria Selena disse que:
“Você não pode simplesmente esquecer. Você precisa descobrir o motivo por ainda estar preso e o porquê de querer esquecer. Te machucou? Se sim, não é saudável voltar e pensar nisso, mas esquecer pode ser ruim, às vezes você precisa ser lembrado.”
E é isso. Às vezes, para superar, é preciso que você se lembre de tudo que te doeu, te feriu e te quebrou. Dessa maneira, você consegue assimilar as coisas que você não vai mais aceitar para evitar que essa dor volte a acontecer.
Essa é a maior lição de ‘De Una Vez’, a blindagem do seu coração acontece nos piores momentos da sua vida. São nos pontos mais baixos que nós entendemos que existem coisas, pessoas e situações que não podemos aceitar, nem deixar que entrem na nossa mente e coração. Esses momentos de restauração são doloridos. Para um machucado melhorar, são necessários pontos, medicamentos, repouso.

Da mesma maneira com feridas emocionais – que podem e na maior parte das vezes são mais difíceis de curar. Aqui você pode se perceber só, a carência pode te fazer querer voltar na fase de barganha. Em restaurações de obras de arte, o processo é lento, detalhista, de muita limpeza, paciência. Mas no final, a obra sai intacta, como nova. E só o artista sabe quanto tempo levou para deixá-la daquela maneira e só o artista sabe as condições e quais instruções dar para que a obra se mantenha intacta.
Blinde seu coração. Mantenha ele longe de quem só quer danificar todo o trabalho feito até aqui. Existem pessoas e situações que só devem enxergar sua obra de arte de longe. A Monalisa é vista de metros de distância.
Acima de todas as coisas, guarde seu coração, pois ele dirige o rumo de sua vida.
Provérbios 4:23
Não deixe que as renovações em você sejam em vão.